Base Aérea de Beja acolhe as duas únicas patrulhas acrobáticas portuguesas
As duas únicas patrulhas militares de acrobacia aérea existentes em Portugal estão sedeadas na Base Aérea nº 11, em Beja, cidade que, dentro de um mês, acolhe as comemorações dos 55 anos da Força Aérea Portuguesa (FAP).
Os "Asas de Portugal", com dois aviões Alphajet, e os "Rotores de Portugal", com três helicópteros Alouette III (ALIII), estão integrados em duas das esquadras daquela unidade militar, respectivamente, a 103 ("Caracóis") e a 552 ("Zangões").
Com um papel "complementar" e não de "concorrência ou de rivalidade", estas duas patrulhas, como explicaram à agência Lusa os pilotos, têm a missão de representar a FAP em vários eventos, em Portugal e no estrangeiro, e de cativar o público, sobretudo os jovens, para a aeronáutica militar, tendo em vista um possível recrutamento.
"Além das pessoas apreciarem o voo das patrulhas acrobáticas e do papel que temos de representar a FAP e mostrar as capacidades dos seus profissionais, somos importantes para o recrutamento, para cativar o gosto e a vocação pela aeronáutica militar junto dos jovens", precisa o major Fernando Leitão, comandante dos "Rotores".
A mesma ideia é corroborada pelo capitão Sérgio Estrela, o piloto número um dos "Asas", que salienta que a patrulha que integra é um "excelente meio de promoção" da FAP e das capacidades de "profissionalismo e proficiência" dos elementos que integram as esquadras de voo.
Entre 23 de Junho e 01 de Julho, a cidade de Beja acolhe as comemorações oficiais do 55/0 aniversário da FAP, com diversas iniciativas programadas, acontecendo o ponto alto no dia 30, quando a Base Aérea nº 11 (BA11) estiver aberta à entrada do público em geral.
Como não podia deixar de ser, as duas patrulhas acrobáticas, reactivadas no mesmo ano, em 2005, também vão dar espectáculo, mostrando as manobras que treinam ao pormenor e que também servem para aperfeiçoar a própria técnica de voo dos pilotos.
"É uma característica dos pilotos da FAP quererem sempre aperfeiçoar a sua técnica de pilotagem", garante o major Fernando Leitão, ao lado do seu ALIII, acrescentando que, para que tudo saia perfeito nas exibições, a equipa dos "Rotores" treina regularmente a sequência de manobras, umas realizadas mais alto e outras junto ao solo.
A partir de Janeiro, no início de cada temporada dos "Rotores", patrulha que "nasceu" em 1976 e que, depois, teve um interregno de alguns anos, até ser reactivada em 2005, é definido um programa de treinos.
"Treinamos primeiro com um helicóptero, depois com dois e finalmente com três, até que chegamos a uma fase em que os treinos são realizados todos os dias, sempre mecanizando as diferentes manobras e acumulando experiência", relata.
Tudo porque, para as patrulhas acrobáticas, esta missão "nada tem que ver com aventura", mas sim com "profissionalismo e disciplina".
"A criatividade existe no solo. Em voo tentamos que ela seja limitada para manter a segurança. E o interesse prende-se, precisamente, com o desafio e com o trabalho que isto exige", frisou.
Habituando, quando era mais novo, a assistir a demonstrações dos "Rotores", o major Leitão nem pensou duas vezes quando teve a oportunidade de integrar a "renascida" patrulha.
"Muitos pilotos seriam capazes de fazer parte de uma patrulha acrobática, mas poucos terem a oportunidade de estar onde tal lhes seja permitido. Não seria capaz de deixar passar ao lado esta oportunidade e continuar a ver, no solo, aquilo que poderia estar a fazer lá dentro, na aeronave", acentua.
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